Não é propriamente dos míscaros
que vos venho falar porque sobre o assunto não sei absolutamente nada. Venho
falar-vos, reconhecendo a minha falha completa pela ausência, no que foi a
participação, pelo segundo ano, dos nossos alunos de Artes Visuais no evento
anual da aldeia do Alcaide.
A nossa participação envolveu a
criação de projectos realizados pelos alunos do décimo segundo ano, turma CAV
no decurso das aulas da disciplina de Oficina de Artes e foi acompanhado pelos
professores Lúcia Belino e José Luís Oliveira e, como não poderia deixar de ser,
pela Liga de Amigos do Alcaide e pela Junta de Freguesia, parceiras do projecto
desde o seu início.
As instalações, formato artístico
dominante, foram o prato forte dos trabalhos apresentados que envolveram
processos de realização plástica que resultaram na construção de cenários e
ambientes povoados de objectos do quotidiano como cadeiras suspensas ao longo
da rua e estruturas simples em cana e tecidos que povoaram de cores o olival,
entre outros.
A expressão ligada às instalações
costuma ser complexa e revelar-se crítica em relação ao fenómeno artístico em
si mas também a aspectos sociais. Penso que a intenção não será esta mas, não
deixará de lhe estar próxima quando intervêm no espaço do olival, em homenagem à
iguaria que dá nome ao evento.
O abandono das terras, as ruas
vazias, as janelas fechadas e as cadeiras vazias são um sinal do nosso tempo,
um tempo que necessita de reflexão e de intervenção.
Aguardemos pelo próximo ano e pelas novas
intervenções.
Mariana Azevedo
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